terça-feira, 5 de junho de 2012

E se eu cair?

Amados, estava meditando sobre várias coisas durante esses dias, como pode uma pessoa que servia a Deus, de uma maneira que, parecia tão real, pode de repente deixá-lo e voltar aos seus antigos pecados? O que pensam essas pessoas? Porque desprezaram Aquele que os amou? Como proceder com pessoas como essas? 

São algumas das perguntas que ficaram latentes em minha mente por muito tempo. 

Em minha caminhada, eu já passei pelos dois extremos, já estive tão envolto no pecado, que quem me conhece hoje não acredita nas bobagens que eu fiz, e também já estive gozando da mais plena graça do Senhor. Certa vez, de tão dedicado à obra (não que hoje eu não seja) que o pastor da minha igreja chegou a me mostrar como modelo aos outros jovens da congregação que eu frequentava.

Eu estava tão envolvido com a graça de Deus, que acabei desprezando aqueles que pereciam na fé, esquecendo (ou rejeitando) o que diz o apóstolo Paulo nos capítulos 14 e 15 da carta aos Romanos:

"Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos." (Romanos 15:1)

"Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo." (Romanos 14:10)

Eu havia me tornado um "Santarrão", me achava tão santo, que achava que quando Jesus voltasse pra buscar a sua igreja, eu ficaria encarregado de tocar a trombeta. Acabei me transformando aos poucos na típica imagem daquele fariseu, que Jesus exemplificou na passagem de Lucas 18:9-14, que batia no peito e se vangloriava das suas obras perante Deus.

Mas aí se cumpriu o versículo 14 em minha vida. Minha vida mudou de tal forma, que até hoje não entendo direito o que aconteceu. Estava com o nariz tão empinado que não vi as pedras do caminho, e então tropecei e caí.

Na queda me joguei totalmente nos braços sedutores do pecado, e acabei por fim me afastando muito do Pai. Já não orava mais, não lia mais a Bíblia Sagrada, não queria mais saber do chamado ministerial que o Senhor tinha preparado para mim, nem queria ouvir a doce e meiga voz do Espírito Santo falar ao meu ouvido como era dantes. Estava viciado demais no pecado e não estava disposto a voltar atrás, e a cada passo que eu dava rumo ao mundo, eu me afastava mais de Deus. Estava deixando aflorar a natureza má e enganosa do meu coração:

"Porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice." (Gênesis 8:21b)

"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jeremias 17:9).

Mas o Espírito Santo, que mesmo sendo gentil, continua a ser persistente, prosseguiu em realizar a sua obra em minha vida. Ele com seu amor imenso me reconquistou. Decidi então voltar aos braços do Pai. 

Meio cambaleante, voltei para o Salvador, muitas vezes tropeçando, mas pela graça do Senhor, hoje estou em pé. E com essa experiência o Senhor respondeu aos meus questionamentos. Aprendi a valorizar a cruz de Cristo, e a sua graça em minha vida. Deus me ensinou a não julgar os fracos, mas suportá-los (no sentido de dar suporte), instruindo-os no caminho da verdade. Mas nunca se esquecendo das palavras de Paulo:

"Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia. Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar." (1 Coríntios 10:12-13)

Espero que essa lição que o Senhor me ensinou, sirva para a sua vida também, para que não cometa os mesmos erros que eu. Ajude aquele que precisa, não despreze o fraco, nem tampouco o lance fora, se o Senhor Jesus, nosso mestre, nos amou mesmo nós sendo ainda pecadores, não nos deixando abandonados, porque nós como seus discípulos faríamos diferente? 

Reflita sobre isso e que Deus os abençoe!
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